30 de maio de 2013

6000 cubanos podem dançar

Tenho acompanhado nosso governo federal mobilizando-se para trazer 6000 médicos cubanos para o Brasil. Trata-se de uma "vontade" governamental, aliás, termo muito bem aplicado pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM), Jefferson Jezzini. Esta "vontade”, certamente é motivada por valores diferentes da boa medicina que deveria ser devolvida ao pagador de impostos. Por isto, nosso governo quer passar por cima da avaliação que condiciona a atuação de médicos estrangeiros no país, chamada Revalida.  Imagino que, assim, teremos 6000 médicos cubanos atuando no Brasil sem atender às exigências da legislação brasileira e, naturalmente, sem concurso público também. Se Aluísio Mercadante, nosso ministro da educação, acha a prova de revalidação “difícil”, vai considerar o concurso público também meio complicado. Por alguma razão, este tipo de ideia vinda do governo brasileiro atual, não me surpreende.

Quando li hoje o link compartilhado por alguns médicos no Facebook, intitulado Médicos cubanos: CRM-AM desafia decisão do governo federal sobre exame de Revalida", surgiu-me uma ideia para resolver definitivamente este problema: Dança de Salão. Aliás, acredito realmente que esta arte tem muito a contribuir em variados aspectos sociais, como uma potente força civilizatriz.

Os cubanos são muito bons na dança. Muito bons mesmo. Então, sugiro ao governo brasileiro que faça um pequeno ajuste nesta ideia de trazer os 6000 cubanos ao nosso país. Invés de coloca-los atuando como médicos, eles poderiam ser espalhados por escolas de dança do Brasil, ou mesmo escolas regulares e projetos sociais ou governamentais para ocuparem nossos jovens e crianças que não podem exercer ofícios antes dos 18 anos. Assim, poderiam ensinar danças como a Rueda de Casino*, o Son cubano relacionado à Salsa e o que mais tiverem de bom a oferecer e, nesta área, certamente tem. Isto ainda movimentaria a cultura brasileira que se veria obrigada a trabalhar para conservar as próprias raízes, o que seria muito produtivo e animador.

Acredito que nestas danças muitos cubanos sejam melhores que boa parte dos brasileiros. Até imagino um baile enorme, com uma Rueda de Casino gigante, com 6000 participantes, logo na recepção deles. Seria um evento único no mundo, de muita alegria, poderíamos até ir para o Guinness Book por uma razão realmente incrível!

*Veja o que é uma Rueda de Casino aqui: 


28 de maio de 2013

Dança de salão e suas origens. Da Colônia à República, de Cordeiro e Araújo

Em janeiro de 2013 é publicado o artigo: "Dança de salão e suas origens. Da Colônia à República", da autoria de Jailson Cordeiro e Ivan Araújo, na Revista Digital EFDeportes.com número 176. 

O artigo traz certa revisão de literatura a partir de algumas referências sobre o assunto. Reforça em suas conclusões, com muita propriedade, que há muito a ser pesquisado e estudado, já que existem poucos materiais disponíveis para pesquisa.

Confira em: http://www.efdeportes.com/efd176/danca-de-salao-e-suas-origens.htm

24 de maio de 2013

Escolas de Dança de Salão curitibanas - Dance Sempre

Espaço Cultural Dance Sempre
Recepção
Depois de muitos anos como professora, ministrando cursos e palestras pelo Brasil, já tendo vivenciado inúmeras situações de palco e de salão, trabalhado na publicação de livros e artigos sobre Dança de Salão, minha vida profissional, que inclui a prestação de consultorias ambientais, exigiu viagens que me impediam de continuar ministrando aulas regularmente. Desativei o estúdio que disponibilizava para dar aulas e continuei com as pesquisas e publicações, factíveis em horários flexíveis.

Então, eis que me vi na situação particular de meu marido querer aprender a dançar e pedir minha companhia em aulas iniciantes. Assim, consideramos que seria uma boa procurar escolas para experimentarmos juntos algumas aulas iniciantes. Rapidamente a primeira oportunidade apareceu.

Espaço Cultural Dance Sempre
Salas de aula em dois andares
Recebi a divulgação de um curso de Roda de Cassino do Espaço Cultural Dance Sempre, que conheço de longa data e aprecio o fato de ser eclético quanto às linhas técnicas. Achei uma alternativa interessante também para alguém que vai começar os primeiros contatos com a Dança de Salão. 

A Roda de Cassino é divertida e agitada, logo, ainda nos permitiria retomar uma atividade física nos períodos em que não estivéssemos viajando a trabalho. Conversei com meu esposo, ele gostou da ideia e ainda convidamos minha irmã, que também tem longínqua vivência com a Dança de Salão, mas, havia reduzido atividades dançantes nos últimos anos.

Nós três chegamos à escola e fomos muito bem recebidos pela sócia proprietária Maria Regina  Monticelli, dançarina brilhante, ganhadora de prêmios em âmbito nacional, professora dedicada e ainda autora de um trabalho incrível de dança com cegos. 

Fizemos a primeira aula, experimental, e nos matriculamos no curso de 20 aulas. Sempre somos carinhosamente recebidos pela proprietária que ainda mostra permanente atenção à atualização empresarial, artística e teórica, revelando total intimidade com os mais variados temas que envolvem o conhecimento sobre Dança de Salão.
Espaço Cultural Dance Sempre
Local para observação de aulas.
Note o detalhe interessante, à esquerda,
tronco de uma araucária que foi
preservada dentro da edificação.

O ambiente da escola é muito bonito, são várias salas, notavelmente amplas, arejadas, claras e bem cuidadas. 

Há um local interessantíssimo para observação de aulas, construído ao redor de uma araucária que está plantada no meio da edificação. Quando visitei Dance Sempre pela primeira vez, há vários anos, já achei isto incrível. 

A escola disponibiliza um estacionamento com um manobrista muito cuidadoso que facilita bastante a chegada e a saída.

Espaço Cultural Dance Sempre
Parte do estacionamento após a última aula do dia.
Desde que interrompi as aulas que ministrava recebo pedidos de ex-alunos por indicação de escolas para darem continuidade ao aprendizado. Como tive a oportunidade de conhecer um pouco mais de perto o funcionamento da Dance Sempre, reafirmo a indicação.






Mais informações em: http://www.dancesempre.com/



22 de maio de 2013

Sheila Santos e o silêncio na condução

Captura de tela do artigo "O diálogo dançante da dama contemporânea"
Revista Dança em Pauta, 20 de maio de 2013
Disponível em:
http://www.dancaempauta.com.br/site/artigo/o-dialogo-dancante-da-dama-contemporanea/



Esta semana a Revista Dança em Pauta publicou o artigo "O diálogo dançante da dama contemporânea", de Sheila Santos. O texto traz a experiência pessoal da autora em diversas fases de vivência como Dama, e até como Cavalheiro.

A mim, chamou atenção em particular a utilização do termo "silêncio" para referir-se a oportunidade que o Cavalheiro oferece à Dama para participação na arquitetura do momento dançado.

Há alguns anos venho trabalhando na construção de conceitos e definições fundamentais para a Dança de Salão, o que inclui arriscar-me a propor um conceito também para “Condução”. A parte mais fácil de abordar é a condução direta que um Cavalheiro faz para que uma Dama responda em forma de um movimento por ele previsto. A complexidade da condução começa na forma que a Dama responde e as consequências desta resposta para o Cavalheiro.

As duas principais referências de literatura nas quais vinha me apoiando para este trabalho eram:

Perna, Marco Antonio. Crônica: Dama boa não pensa... In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão. Volume 2. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.
Feitoza, Jonas Karlos S. Cocondução: procedimento corporal de comunicação relacional nas Danças de Salão. In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão. Volume 2. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.

Os dois autores, tanto Marco Antonio Perna quanto Jonas Karlos S. Feitoza discutem aspectos da condução em relação à participação da Dama no processo de criação improvisada da dança. Ambos referem-se precisamente a forma que a Dama se expressa e a influência que esta expressão traz para a condução do Cavalheiro. Sheila mostra o lado feminino que faltava para completar este estudo.

Acredito que Sheila tenha trazido uma contribuição bastante relevante propondo a palavra "silêncio", e inteligentemente pedindo por uma modernização da condução como um processo vivo.

Permitir maior participação da Dama durante a dança é um caminho sábio para enriquecer o diálogo e o “silêncio” de Sheila é mais que uma contribuição para a construção de um conceito, é um recado para Cavalheiros inteligentes.

Parabéns Sheila! 

Abordagem magnífica e sugestão necessária para o momento atual da Dança de Salão!





20 de maio de 2013

Milton Saldanha não errou sobre Madame Poças Leitão


Recentemente li um texto, e não foi o primeiro, afirmando que Milton Saldanha errou sobre Madame Poças Leitão ter iniciado o ensino de Dança de Salão do Brasil. O texto referia-se ao artigo de Milton Saldanha, “Há 80 anos nascia o ensino de Dança de Salão no Brasil”, publicado no Jornal Dance em 1995.
Entretanto, não acredito que o resultado de Saldanha seja errado para o método que utilizou em sua pesquisa. A exemplo de outros, seu método não incluía considerar o primeiro periódico impresso de São Paulo e nem do Rio de Janeiro. Justificável em um tempo no qual a internet não disponibilizava tanto quanto hoje.
Já o método utilizado para propor que Luis Lacombe deu início ao ensino oficial de Dança de Salão no Brasil incluiu a leitura do primeiro periódico impresso carioca, a Gazeta do Rio de Janeiro. Uma edição deste jornal, datada de 1811, traz o registro de um anúncio de aulas feito por Luis Lacombe (Costa, 2011). Possivelmente, outro método traria resultado diferente.
Isto vale para toda a pesquisa. Por exemplo, em 2012 Marco Antônio Perna publicou na página 109 do Volume 4 da obra por ele organizada “200 anos de Dança de Salão no Brasil”:

Pelos registros atuais endossado pelas notas do jornal “O Estado de São Paulo” o ensino da dança de salão em São Paulo começou com chicote de Madama Poças Leitão (Louise Frida Reynold Poças Leitão).

Esta pode ser uma afirmação correta para um método que utilizou o acervo do jornal O Estado de São Paulo, que começou a ser editado em 1875. Mas, segundo metodologia que inclui o primeiro periódico impresso da cidade de São Paulo, “O Farol Paulistano”, há alguns anos já disponibilizado pela Biblioteca Nacional para consulta digital via internet, Madame Poças Leitão não poderia ter começado o ensino de Dança de Salão em São Paulo. Em uma edição datada de 1831, o jornal traz o registro de Mr. Anjo Chaves anunciando aulas de dança e organização de bailes, portanto, quase um século antes dos registros de Madame Poças Leitão. Veja detalhes em: http://danca-de-salao-maristela-zamoner.blogspot.com.br/2013/05/em-1831-mr-anjo-chaves-anuncia-aulas-de.html.
Por isto Marco Antonio Perna errou? Não, ele registrou a informação que tinha encontrado pelos meios que escolheu utilizar para pesquisar, segundo os quais, sua conclusão está correta.
Meu entendimento é que nenhum dos dois, nem Perna e menos ainda Saldanha merecem ter seus textos julgados e condenados como “errados”.
Para mim, erro na construção do conhecimento é plágio, embuste, desrespeito à ética e qualquer atitude de má fé. E tudo que é feito com o desejo legítimo de contribuir é apenas a conclusão de certo método, jamais erro.
É íntegro respeitar as pessoas que tem coragem de produzir textos e publicá-los, expondo-se à crítica, a exemplo de Saldanha e também de Perna. A construção do conhecimento é um processo que tem em seu escopo o falseamento. Isto quer dizer que se auto aprimora, auto corrige ao longo do tempo. À medida que a pesquisa avança, acrescentar conclusões vindas de métodos mais abrangentes é parte do processo e é exatamente este o esplendor  da Ciência.
No conhecimento sobre Dança de Salão, praticamente tudo está em construção. Mais uma razão para primarmos pela cordialidade com nossos pares a cada texto que publicamos.



Referências bibliográficas citadas

Costa, Leonor. 200 anos de muitos bailes. In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão. Volume 1. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2011.

Perna, Marco Antonio. Pequena história da Dança de Salão na cidade de São Paulo. In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão. Volume 4. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.

Saldanha, Milton. Há 80 anos nascia o ensino de Dança de Salão no Brasil. Jornal Dance. Ano II.  nº. 4. Janeiro/fevereiro de 1995.

Zamoner, Maristela. Em 1831 Mr. Anjo Chaves anuncia aulas de dança em São Paulo. Dança de Salão – Maristela Zamoner. Curitiba. 2013. Disponível em: http://danca-de-salao-maristela-zamoner.blogspot.com.br/2013/05/em-1831-mr-anjo-chaves-anuncia-aulas-de.html.

Periódicos antigos disponibilizados em meio digital pela Biblioteca Nacional (http://hemerotecadigital.bn.br), Consultados em 17 de maio de 2013:

Gazeta do Rio de Janeiro. 13 de Julho de 1811.

O Farol Paulistano. 24 de fevereiro de 2013.

17 de maio de 2013

Em 1831 Mr. Anjo Chaves anuncia aulas de dança em São Paulo

Há muito tempo venho acompanhando uma discussão escrita sobre a atribuição do início das aulas de dança no Brasil à Madame Poças Leitão. Também à sugestão de que talvez a ela dever-se-ia atribuir o início destas atividades na cidade de São Paulo e não no Brasil.

Por curiosidade tentei localizar o primeiro periódico paulistano, imaginando que se alguém ministrasse aulas na cidade de São Paulo, poderia ter feito um anúncio. Encontrei "O Farol Paulistano". 

Segundo Carlos Eduardo França de Oliveira, no artigo ""O Farol Paulistano" (1827-1831): as luzes da política nos primórdios da imprensa em São Paulo" acessado em 17 de maio de 2013 (http://www.brasiliana.usp.br/node/775):

Marco inicial da imprensa periódica em São Paulo, 
o jornal O Farol Paulistano veio a público em 7 de fevereiro de 1827 
e encerrou suas atividades cerca de quatro anos mais tarde, 
pouco após a abdicação de D. Pedro.

Sem muitas esperanças comecei a procurar e para minha surpresa, de fato encontrei. Na página 1936 do número 455 de 24 de fevereiro do ano de 1831 há um anúncio de um professor de dança que se auto denomina "Mr. Anjo Chaves".


Página 1936 do primeiro periódico publicado na cidade de São Paulo, intitulado "O Farol Paulistano", com edições entre 1827 e 1831. Na parte superior direita há um anúncio de aulas de dança de sociedade ministradas por um professor que se auto denomina Mr. Anjo Chaves.

O anúncio completo informa:

" - Mr. Anjo Chaves Professor de Dança 
torna a participar ao respeitavel Publico, que
em sua caza rua de S. Bento n.6 da lições de
dança a todas as pessôas que de seu prestimo e
arte se quiserem utilisar: insina-se o que requer
uma educação cuidadosa, sendo a dança uma
qualidade que embelesa, e orna as pessôas civilizadas,
por ser o metodo Francez com que se propõe
a insinar, o mais seguido, e o mais adoptado
em todas as capitaes d´Europa, servindo não só
para o entretenimento que ministra a dança, como
para a polidez do porte, movimentos, atitudes
e maior civilidade. Tambem se compromette o
annunciante a dar lições por cazas particulares;
assim como a ensaiar, e dirigir bailes no melhor
gosto annunciado."


São muito curiosos os outros anúncios que se seguem e podem nos soar estranhos hoje, mas, parecem referir-se a escravos fugidos, afinal, era tempo em que a escravidão ainda existia oficialmente. Nos permitem sentir um pouco do que a sociedade da época vivia. Notemos o contraste, um anúncio falando em aulas de dança, educação cuidadosa, pessoas civilizadas, seguido por outros sobre fugas de escravos.

Ao rodapé da página lê-se: "S. Paulo. Na Typographia do Farol Paulistano: Anno de 1831."

Encontrei uma foto da Rua São Bento, Cidade de São Paulo somente datada do ano de 1887, portanto, 56 anos após o anúncio de Mr. Anjo Chaves. Mesmo com todo este tempo passado após o anúncio, a fotografia ainda mostra uma cidade no início de seu desenvolvimento.


Rua São Bento, cidade de São Paulo no ano de 1887.
Foto de Militão Augusto de Azevedo.
Acesso em 17 de maio de 2013.
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-imagens/brasileiros/militao-augusto-de-azevedo/


Este registro é de 21 anos depois da data do início das aulas de dança no Rio de Janeiro, pelo professor Luís Lacombe, que, a mando de Dom João VI, teria vindo da Europa, conforme registra Leonor Costa no capítulo “200 Anos de Muitos Bailes!”, do Volume 1 da obra "200 anos de Dança de Salão no Brasil", organizada por Marco Antonio Perna e publicada pela Amaragão Edições de Periódicos em 2012Lembremos que neste ano, 1831, nem o Cassino Fluminense, no Rio de Janeiro, havia sido inaugurado. 

Seria ele, Mr. Anjo Chaves, o primeiro professor de danças de sociedade da cidade de São Paulo? Não há como ter certeza. Mas, se este professor anunciava aulas em 1831, a primeira professora não poderia ter sido Madame Reynold Poças Leitão, que segundo Marco Antonio Perna em seu capítulo intitulado "Pequena história da Dança de Salão na cidade de São Paulo", publicado na página 111 do Volume 4 da referida obra "200 anos de Dança de Salão no Brasil", iniciou suas aulas somente em 1915. 

Acredito que seja interessante aprofundar as pesquisas em periódicos antigos para identificação de outros possíveis nomes de professores de dança que fizeram parte da história da cidade de São Paulo antes de Poças Leitão.

Volume 4 da coletânea 200 anos de Dança de Salão no Brasil - Parte III

Para finalizar as postagens sobre esta obra, comento brevemente os dois últimos capítulos, ambos de Marco Antonio Perna.

O capítulo 6, "Pequena história da Dança de Salão na cidade de São Paulo", com certa densidade apresenta diversas informações históricas baseadas em dois livros do autor e no jornal O Estado de São Paulo. Perna reforça enfaticamente que Madame Poças Leitão não foi a primeira professora de Dança de Salão do Brasil, como publicado anteriormente por outro autor.

O capítulo 7, último do Volume 4, apresenta algumas abordagens pessoais do autor sobre o filme "Chega de Saudade", que retrata o ambiente de uma noite de baile em um clube de dança da cidade de São Paulo, trazendo a tona assuntos de amor, solidão, traição e desejo. Ao final do capítulo é indicado o site oficial do filme: http://www.chegadesaudadeofilme.com.br/.

16 de maio de 2013

Seria o Manual de Dança de Dias Patricio um plágio de Blasis?


Folha de rosto do Nouveau manuel 
complet de la danse, de Carlo Blasis, 
disponibilizado pela 
Biblioteca Nacional da Espanha 
(Biblioteca Digital Hispánica)
Folha de rosto do Manual de Dança 
de Alvaro Dias Patricio, 
disponibilizado pela
Biblioteca Nacional da Espanha 
(Biblioteca Digital Hispánica)

Queria muito saber em que ano teria sido publicada a primeira edição do livro “Novíssimo e completo Manual de Dança, tratado theorico e pratico das danças de sociedade” de Alvaro Dias Patricio, editado por B. L. Garnier, Rio de Janeiro, que me parecia ser anterior ao ano de 1890, edição que estava ao meu alcance. 

Eis que durante a pesquisa deparei-me com o livro intitulado “Nouveau manuel complet de la danse, Traité théorique et pratique de cet art depuis les temps les plus reculés jusqu´à nos jours”, publicado em Paris no ano de 1866 (com edições posteriores), pela Paris Librairie Encyclopédique de Roret Dole Typ. Ch. Bind com a autoria atribuída a Carlo Blasis, um dançarino, coreógrafo, professor e escritor italiano, nascido em 1795 e falecido em 1878, conhecido por ministrar aulas de dança classica rigorosas, as vezes com duração de quatro horas. Encontrei registros de já se tratar de uma tradução.

Abri os dois livros lado a lado, ambos em pdf, e notei que o brasileiro parece uma tradução do livro de Blasis, porém, com modificações. A leitura do início dos dois livros mostra praticamente a mesma sequência de assuntos abordados. O livro de Dias Patricio, embora pareça mais resumido em alguns tópicos, traz, por exemplo, sob o título “Utilidade da dança” os mesmos conteúdos que o título “Utilité de la danse” do livro de Blasis. O livro de Dias Patricio parece o livro de Blasis reescrito com algumas alterações e sem sua citação. Há trechos novos, mas, parte significativa do livro coincide nitidamente com o livro de Blasis.

De qualquer forma, as duas obras são bastante interessantes, apresentam conteúdos sobre a história da dança, noções de música, etiqueta e lições da dança propriamente dita. A inclusão até mesmo das cinco posições da dança clássica, em ambos os livros, não é uma surpresa considerando o histórico do autor que fez a primeira publicação, Blasis.

Ao final do livro de Dias Patricio há, ainda, um vocabulário para a dança, com traduções de francês para português. No citado livro de Blasis, as palavras da técnica da dança utilizadas estão em francês.

Está aí mais um bom tema para aprofundamento de pesquisa.


Volume 4 da coletânea 200 anos de Dança de Salão no Brasil - Parte II

Continuando as apreciações sobre o Volume 4 da coletânea "200 anos de Dança de Salão no Brasil", organizada por Marco Antônio Perna e publicada pela Amaragão Edições de Periódicos do Rio de Janeiro, datado de 2012 (segundo a ficha catalográfica), comento brevemente os capítulos 4 e 5.

O capítulo 4, intitulado "Indícios de educação do corpo nos manuais de dança de salão", da autoria de Cristiane Oliveira Pisani Martini discute aspectos de dois manuais de dança de salão. O primeiro, "Novissimo e completo manual de dança", de Alvaro Dias Patrício, publicado em 1896 no Rio de Janeiro, pela Garnier livreiro-editor. A autora discute resumidamente aspectos interessantes do manual, incluindo a importância que a obra dá ao desenvolvimento físico e a educação global do indivíduo, uma vez que questões de etiqueta estão incluídas. O segundo intitula-se "Manual de dança. Methodo facil para aprender a dançar sem professor", publicado em São Paulo pela Typografia da Livraria Magalhães, sem data. Este é discutido de forma mais breve.

O manual de Alvaro Dias Patricio é disponibilizado na íntegra pela Biblioteca Digital Hispánica (http://bibliotecadigitalhispanica.bne.es), porém uma edição de 1890. A obra é bastante interessante, apresenta conteúdos sobre música, etiqueta e dança. Achei curioso incluir até mesmo as cinco posições da dança clássica. Ao final do livro há, ainda, um vocabulário para a dança. O segundo manual não foi localizado em meio digital na internet.

Folha de rosto do Manual de Dança de Alvaro Dias Patricio, 
disponibilizado pela Biblioteca Nacional da Espanha (Biblioteca Digital Hispánica)

O capítulo 5 também me pareceu bastante pertinente para a coletânea. Intitulado "A Dança do Brega", apresenta diversos dados históricos e fundamentações teóricas. Particularmente valiosa me pareceu a inserção de dados oriundos de entrevistas com pessoas como Maria Antonietta (2003), Mario Melo Cordeiro (2012), Roberto Cordeiro (2012), Marina Benarrós (2012) e Hamilton Borges (2012). Entrevistas são sempre fontes interessantes de se obter informações, especialmente em áreas do conhecimento que não são habitualmente registradas de forma sistematizada como é o caso da Dança de Salão.

Em postagens posteriores comentarei outros capítulos da obra.

15 de maio de 2013

Carlinhos Moro, didática já nos velhos tempos

Os anos passam, as pessoas seguem seus caminhos e algumas linhas que se tangenciaram ficam na memória.

No início da década de noventa a Dança de Salão que vinha do Rio de Janeiro dava seus primeiros passos em Curitiba. Entre os pioneiros estava Carlinhos Moro, minha opção para fazer as primeiras aulas de Zouk. 

Depois de anos vivenciando a dança moderna, sendo adestrada em técnicas que para a Dança de Salão de raiz não passavam de vícios, professores como Carlinhos Moro, que faziam um ambiente delicioso para os ajustes finos fizeram a diferença.

Naquela época Carlinhos Moro já tinha uma rara e notável capacidade didática, que não passava desapercebida para os olhares mais aguçados. 

Suas aulas sempre tinham um clima agradável e havia um cuidado incomum com a dama. Carlinhos mostrava saber como fazer um aluno se sentir bem em sua sala de aula já naquele tempo. E é assim que o ambiente propício a aprendizagem começa, com um professor que recebe cada aluno com bom humor e tem competência didática.

Com o tempo, a trajetória da vida trouxe cavalheiros que não tinham o mesmo cuidado e provocaram danos, histórias permeadas por distorções, influências impuras e preciosas reconstruções.

Seguimos com nossas máquinas para os trilhos escolhidos, e em minha memória ficou um professor que já brilhava no tempo que a didática nem era um assunto para a Dança de Salão. Um cavalheiro atencioso e cuidadoso, como poucos naquele momento. 

Para mim, ficaram lembranças de aulas cuja qualidade se destacava desde o cenário pueril da Dança de Salão curitibana.

Saiba maishttp://dancacuritiba.webnode.com.br/sobre-nos/

14 de maio de 2013

Volume 4 da coletânea 200 anos de Dança de Salão no Brasil - Parte I





Semana passada recebi o Volume 4 da coletânea “200 anos de Dança de Salão no Brasil”. 

Não há dúvida que esta coletânea trouxe registros importantes para a Dança de Salão. Aliás, uma das marcas preciosas de todo o grande movimento promovido no Rio de Janeiro sob o título “200 anos de dança de salão no Brasil”.

Neste volume em especial, que traz 6 capítulos, além da Introdução, alguns registros são valiosos.

O primeiro capítulo, de autoria da jornalista Maíra Vieira Rodrigues, intitulado “Dança de Salão: cultura de massa, de elite ou popular?”, traz um tema que segundo o próprio organizador da obra, Marco Antonio Perna, é interessante. Um texto nos moldes acadêmicos, mais uma contribuição para a construção do conhecimento científico na área.

O segundo capítulo é mais um registro fundamental sobre o curso de “Pós-graduação em Danças de Salão”. Muito bem escrito, foi registrado sob a autoria de Gracinha Araújo, coordenadora do curso, como primeira autora e Keyla Barros, editora da Revista Dança em Pauta, como segunda autora. O texto apresenta um histórico do curso, bem ilustrado, com listagens de professores e palestrantes de cada turma.

Acrescento nesta postagem, em ordem alfabética, as listagens de alunos que entregaram suas monografias, requisito para obtenção do título. Os dados estão de acordo com resposta a correspondência eletrônica solicitada em 18 de julho de 2010 à bibliotecária da Faculdade Metropolitana de Curitiba, mantenedora do curso na época, e consulta eletrônica a biblioteca da mesma instituição realizada em 9 de agosto de 2011*:

Primeira turma (18 pós graduados):

Ana Maria Caliman Filadelfi
Elaine Pereira Gonçalves
Eurides Maria de Santana
Grazianni Branco da Costa
Jairo Luiz Nepomuceno da Silva
Juliana Regina Crestani
Lúcia Lima Pinto Coelho
Maria Regina Monticelli
Patrícia Patena Cardoso de Araujo
Paulo Roberto Scardazan Heeren
Pricila Delonê Pereira
Rafael Lima Lorenz
Ricardo Baciquet Vasques
Sandra Elena Ruthes
Sandro Augusto Haisi
Sheila dos Santos
Tatiana Maria Asinelli da Luz
Vanessa Cristina Bragatto Pepino


Segunda turma (25 pós-graduados)

Angélica Totti
Camila da Silva Côrtes
Carla Rúbia Tomelin Dardaque
Carlos André Fagundes
Cellise Andréa de Brito
Daiane Gláucia de Oliveira
Elizangela Senem
Fernanda Cardoso Gil
Giovanni Angelin Vergo
Glauco Assis Vitorino
Josiane Buerger Fischer dos Santos
Jucimara Sequinel
Katiusca Marusa Cunha Dickov
Kênio Roberto Cabral Nogueira
Luiz Gustavo Dalazen Fernandes
Marcelo Fischer dos Santos
Mariana Mattos Silva Melo
Maristela Zamoner**
Rodrigo Marcel Garcia
Ronaldo Rodrigues da Cruz
Roswitha Ziel
Sandra Regina Kuipers
Taísa Valentin Silva
Talita Marques Santos
Thamy Baij Maia da Silva


Esta pós-graduação é pioneira na educação formal em Dança de Salão. Mérito indiscutível que trouxe significativa contribuição para a construção do conhecimento sistematizado na área. Além das monografias dos alunos supra citados, duas delas tornaram-se livros*** e há como resultado ainda alguns artigos publicados em periódico científico internacional. O curso é uma iniciativa de valor inestimável para a Dança de Salão.

Os capítulos seguintes do Volume 4 da coletânea “200 anos de dança de salão no Brasil", serão comentados em outras postagens.

Para adquirir o livro acesse: http://www.pluhma.com/loja/livros.danca




*A mesma busca eletrônica na referida biblioteca digital, realizada em 14 de maio de 2013 não trouxe nenhuma monografia como resultado.
**Diploma não foi buscado.
***Os livros publicados por Sandra Ruthes e Eurides Maria de Santana podem ser adquiridos, respectivamente em: http://www.protexto.com.br/livro.php?cod_livro=144 e http://www.protexto.com.br/livro.php?cod_livro=126

Não escrevo contra meus princípios


Recebi até hoje, para escrever, duas propostas que contrariaram meus princípios. Ambas devem servir de recado para evitar novas propostas do mesmo gênero.

Uma foi de um jornalista carioca com o qual eu tinha contato ha muitos anos e me pediu para escrever um artigo para certo jornal criticando um grande movimento de Dança de Salão que ocorria no Rio de Janeiro. Ao meu ver, o movimento todo merecia aplausos, muitos aplausos, e não vaias. Até porque deixava um registro bibliográfico significativo, que nenhum outro evento na área deixara. Este jornalista queria usar o meu nome para atacar um inimigo seu. Não escrevo. Este episódio me motivou a publicar, em outro periódico carioca, um artigo elogiando quem ele queria que eu criticasse.

O outro episódio foi muito mais sorrateiro. Ganhei um presente de uma colega que por muitos anos acreditei ser minha amiga, uma figura que aparece no cenário da Dança de Salão. Então, eis que seu marido me “cobrou”, em duas ocasiões distintas, o preço do presente dizendo que eu deveria escrever o trabalho acadêmico de sua esposa. A obtenção do título dela vinha se arrastando por falta dele. Não tenho nada contra o serviço de ghost writer, mas, meus princípios dizem que ele não se aplica a trabalhos acadêmicos, cuja autoria deve ser da pessoa em nome da qual é registrado. Não teria dificuldade nenhuma para escrever mais um trabalho acadêmico e o presente era algo que eu realmente ficaria contente em ter, mas, jamais ao ponto de, para recebê-lo, passar por cima do que acredito ser correto. Como o presente já estava providenciado, posso dizer que se tratava de uma chantagem. Que não funcionou. Não fui buscar o regalo que acreditaram ser capaz de me comprar. Não escrevo. Afastei-me do ilustre casal. Não faço amizades por interesse e sim por admirar a integridade. Para mim, única razão que justifica uma amizade. O episódio inspirou o artigo “Dançamos o que somos” publicado na Revista Dança em Pauta, coluna Dança & Comportamento, sob minha autoria (http://www.dancaempauta.com.br/site/artigo/dancamos-o-que-somos/).

Aí está a informação bem clara, não escrevo a mando de ninguém se não minha consciência. Minha vaidade não é maior que meus valores. Meus amigos são pessoas cuja integridade merece minha admiração. E não escrevo contra meus princípios.

11 de maio de 2013

Izabela Gavioli brilha de novo em: "Gestação e dança de salão"


Tornei-me fã de Izabela Lucchese Gavioli quando li o artigo “Dança de Salão: o remédio e a bula”, publicado na Revista Dança em Pauta em julho de 2010. Desde então não perco nenhum de seus artigos nesta revista, coluna Dança & Saúde. Aliás, escolha precisa da colunista, mérito de Keyla Barros, editora da Revista Dança em Pauta.

Izabela é uma raridade preciosa para a Dança de Salão. Formada em medicina, especialista em Reumatologia e Medicina do Esporte, mestranda em Artes Cênicas, bailarina, professora de Dança e Saúde em pós-graduação da PUC-RG, carrega uma vasta experiência na área de lesões na dança. Seus artigos são peças raras de registros que unem os conhecimentos de Dança de Salão e Saúde. São únicos.






Quando troquei os primeiros e-mails com ela vi ainda outro valor que poucos tem: ela não aceita ideias mal fundamentadas e não se cala.

Estou finalizando mais dois livros e um deles traz assuntos em que foram feitas diversas citações dos textos de Izabela, não havia como ser diferente, são abordagens pioneiras e que navegam sozinhas na pouca literatura da área.

Hoje, li um novo artigo dela que é outra pérola. A ideia de abordar a gravidez e a Dança de Salão no dia das mães, segundo Keyla Barros, foi de Déborah Godoy uma das modelos fotografadas no artigo e parte da equipe da Revista Dança em Pauta. Por sinal, uma ideia muito inteligente para a ocasião. Izabela, como é o seu padrão, trouxe informações valiosas e, porque não, corajosas ao registrar informações sérias, independente das polêmicas que já causaram, por exemplo:

“...cabe recomendar cautela com relação a ritmos mais saltitantes, como o Lindy Hop, e outros que trabalhem com extremos de oscilação axial, como o zouk”.

Sábia, registrou a ressalva da falta de fontes científicas e não foi incisiva com tal cautela ao tratar de outros ritmos.

Tema brilhante para o Dia das Mães e sensacional no conjunto de informações que trouxe.

Não tenho como deixar passar, mais uma vez: Parabéns Izabela!

9 de maio de 2013

A Dança de Salão não escapou dos títulos acadêmicos falsos

Estes dias, pensando no festival de títulos inexistentes que chegaram a ser moda no governo brasileiro, lembrei que a Dança de Salão não escapou desta prática.

José Cláudio Noronha não tem nível de escolaridade superior, mas, arranjaram-lhe um diploma falso que afirmava ter concluído com sucesso Bacharelado em Administração de Empresas.

Aloízio Mercadante, também tem afirmações de ser doutor, mas não tem o título. Segundo Reinaldo Azevedo (Revista Veja): “ele até acompanhou algumas aulas do doutorado, mas, como não apresentou a tese, foi desligado do programa”, logo, não é doutor.

Um currículo de Dilma afirma que é mestre e doutora, mas, segundo ela mesma, não defendeu tese. Mais uma vez, Reinaldo Azevedo (Revista Veja) registra: “fez os créditos dos dois cursos, mas sem a apresentação do trabalho. Sem trabalhos, não há títulos”.

Pessoas que registraram ter um título que não galgaram honestamente, depois de questionadas, apresentam as desculpas mais esfarrapadas, por exemplo: “digitaram errado no meu currículo”, “eu mesmo digitei uma coisa e saiu outra no currículo”, “mas, eu fiz um curso no exterior que vale um pós-doutorado” e outros, nem apresentam desculpas.

Quem pensa que este tipo de embuste está restrito a estas esferas governamentais reveja seus conceitos. Atitudes assim refletem um tipo de caráter que, infelizmente, está inserido na sociedade como um todo, inclusive nas universidades.

E a Dança de Salão não escapou. Em 2007 notei no site de uma grande universidade pública do Paraná informações curriculares de uma professora de Dança de Salão curitibana que ministraria uma oficina em um dos eventos mais importantes da instituição e afirmava ser “mestre em educação”. Mas, notoriamente sabe-se que nem uma matrícula neste curso havia existido. Na época, informei a universidade sobre o equívoco na informação, recebi a resposta de que foi um erro de digitação, mas, a página daquele evento está no ar até hoje e o título continua sem existir.

Não foi o único caso, em 2010 ouvi pessoalmente outra professora de Dança de Salão curitibana proferir em público que era pós-graduada em Dança de Salão, mas, não tinha o título porque não escreveu a monografia obrigatória para sua obtenção. Seu nome não constava na listagem de formados de nenhuma das turmas e, naturalmente, sua monografia não foi disponibilizada pela biblioteca da instituição como a de todos os formados.

Será que alguém pensa que quem é capaz de mentir sobre uma informação como esta não o fará por outras razões?

Talvez por isto vejamos tantos mestres e doutores, hoje, que nunca produziram efetivamente nada substancial. Quando muito aparecem em meio a uma miríade de outros autores de um artigo científico, sem nunca serem o primeiro autor. Para quem conhece os acordos de cabides de autores em artigos isto não surpreende. Mas, quando lemos o que de fato escrevem, percebemos que não dominam nem a base da língua, quanto mais a ciência. Também sabem pouco sobre respeitar quem trabalha de verdade.

O que traz serenidade é saber: existem raros e sérios profissionais autênticos em todas as áreas que, tendo ou não títulos verdadeiros, com ou sem fama, continuam fazendo a diferença. Eles fazem a História real, que fica, acontecer. Os outros, esforçam-se para mostrar sua história fantasiosa que sumirá no tempo.



Fontes: