22 de maio de 2013

Sheila Santos e o silêncio na condução

Captura de tela do artigo "O diálogo dançante da dama contemporânea"
Revista Dança em Pauta, 20 de maio de 2013
Disponível em:
http://www.dancaempauta.com.br/site/artigo/o-dialogo-dancante-da-dama-contemporanea/



Esta semana a Revista Dança em Pauta publicou o artigo "O diálogo dançante da dama contemporânea", de Sheila Santos. O texto traz a experiência pessoal da autora em diversas fases de vivência como Dama, e até como Cavalheiro.

A mim, chamou atenção em particular a utilização do termo "silêncio" para referir-se a oportunidade que o Cavalheiro oferece à Dama para participação na arquitetura do momento dançado.

Há alguns anos venho trabalhando na construção de conceitos e definições fundamentais para a Dança de Salão, o que inclui arriscar-me a propor um conceito também para “Condução”. A parte mais fácil de abordar é a condução direta que um Cavalheiro faz para que uma Dama responda em forma de um movimento por ele previsto. A complexidade da condução começa na forma que a Dama responde e as consequências desta resposta para o Cavalheiro.

As duas principais referências de literatura nas quais vinha me apoiando para este trabalho eram:

Perna, Marco Antonio. Crônica: Dama boa não pensa... In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão. Volume 2. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.
Feitoza, Jonas Karlos S. Cocondução: procedimento corporal de comunicação relacional nas Danças de Salão. In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão. Volume 2. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.

Os dois autores, tanto Marco Antonio Perna quanto Jonas Karlos S. Feitoza discutem aspectos da condução em relação à participação da Dama no processo de criação improvisada da dança. Ambos referem-se precisamente a forma que a Dama se expressa e a influência que esta expressão traz para a condução do Cavalheiro. Sheila mostra o lado feminino que faltava para completar este estudo.

Acredito que Sheila tenha trazido uma contribuição bastante relevante propondo a palavra "silêncio", e inteligentemente pedindo por uma modernização da condução como um processo vivo.

Permitir maior participação da Dama durante a dança é um caminho sábio para enriquecer o diálogo e o “silêncio” de Sheila é mais que uma contribuição para a construção de um conceito, é um recado para Cavalheiros inteligentes.

Parabéns Sheila! 

Abordagem magnífica e sugestão necessária para o momento atual da Dança de Salão!





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