14 de novembro de 2013

Café Dançante Piegel, olhos que brilham!

Desde 2007 o Café Dançante Piegel oferece, especialmente às mulheres da cidade de Curitiba, momentos ímpares de descontração. A casa foi idealizada por Jeanne Piegel, cuja história de família é resultado de uma trajetória secular na delicada e doce arte da confeitaria.

Nos conta a proprietária, que houve uma procura pela casa para realização de casamentos e, naturalmente, surgiu a necessidade de um salão para execução da solicitada Valsa. Jeanne decidiu abrir um espaço para atender a esta demanda e a consequência lógica foi a utilização do salão também em outras ocasiões.

Nesta caminhada, a empresária percebeu que, salvo algumas exceções, existia em Curitiba um público negligenciado por escolas, professores de Dança de Salão e dançarinos: as mulheres maduras. De fato, em diversos eventos dançantes, é visível a quantidade maciça de escravos límbicos imaturos que dedicam-se apenas a meninas. Outros, concentram-se em dançarinas experientes, não raro, que vivem da dança. Intitulam-se cavalheiros mas, o que fazem é consolidar nestes ambientes uma lacuna de exclusão das mulheres maduras. E contraditoriamente, muitas delas vivem o melhor momento de suas vidas, aprenderam a se vestir, se maquiar, se perfumar, aprenderam a ser belas e são livres, independentes, donas de si, sabem muito bem o que querem e estão dispostas a buscar realização.

Jeanne teve percepção sobre este nicho e soube preenche-lo de forma pioneira na cidade, disponibilizando junto com o tradicionalíssimo café, instrutores de Dança de Salão. A partir deste início, a empresária corajosa que idealizou o Café Dançante Piegel passou a enfrentar, de forma desbravadora, os percalços de condutas provincianas e até, curiosamente, preconceituosas. Sob a lâmina do julgamento de alguns que se consideram sabedores maniqueístas dos meandros intrincados da Dança de Salão, a iniciativa, além de atender a um público diferenciado, oportunizou na cidade mais uma atividade profissional que é antiga no país, como registrou Milton Saldanha em 2002 no Jornal Dance de São Paulo.

Hoje, além de um delicioso café vespertino, estas clientes tem a oportunidade de se realizar na pista de dança com instrutores que estão ali para atende-las.

A ideia, embora extensamente disseminada, é polêmica também em outros estados brasileiros. Muitos professores e dançarinos, inclusive aqueles incapazes de convidar para dançar uma mulher madura em um baile, são severos com o conceito de um cavalheiro ser pago para dançar. Mas, quem um dia teve coragem de se despir de preconceitos não pode negar que esta iniciativa faz muitas mulheres felizes de forma absolutamente saudável e lícita. São vistos sorrisos leves graças ao trabalho dos instrutores que levam estas divas ao deleite do salão de danças. Não há razão para estas mulheres serem privadas também desta oportunidade em favor de quem profere discursos de ideologias que não as contemplam.

Jeanne ainda tem observado ao longo dos anos a preciosa valorização da auto estima de suas clientes, algumas, que desde a inauguração não perdem um evento da Piegel.

Independente das controvérsias em torno do pagamento para que alguém dance, o Café Dançante Piegel faz felizes muitas mulheres maravilhosas que tantos outros cavalheiros, simplesmente perderam.

É preciso ver a consistência do sorriso que só uma mulher madura pode ter, para perceber o valor da iniciativa desta empresária que enfrenta as dificuldades que forem para garantir a suas clientes a oportunidade de viver a delícia de uma dança com cavalheiros que sabem fazê-las brilhar na pista.

Neste último domingo pudemos apreciar mais uma vez as delícias do café e a visão única de uma pista de dança repleta de sorrisos soltos de tantas damas lindas. Agradecemos a Jeanne e ao Neuton pelo convite e pela forma atenciosa com que nos receberam em mais um dos seus eventos de sucesso indiscutível.

Um comentário:

  1. Adorei este post, parabéns Maristela, expressou muito bem como a dança é para todos, independente de idade. "Quem dança é mais feliz!". Alice

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