Desde
2007 o Café Dançante Piegel oferece, especialmente às mulheres da cidade de
Curitiba, momentos ímpares de descontração. A casa foi idealizada por Jeanne Piegel,
cuja história de família é resultado de uma trajetória secular na delicada e
doce arte da confeitaria.
Nos
conta a proprietária, que houve uma procura pela casa para realização de
casamentos e, naturalmente, surgiu a necessidade de um salão para execução da
solicitada Valsa. Jeanne decidiu abrir um espaço para atender a esta demanda e a consequência lógica foi a utilização do salão também em outras ocasiões.
Nesta
caminhada, a empresária percebeu que, salvo algumas exceções, existia em
Curitiba um público negligenciado por escolas, professores de Dança de Salão e dançarinos:
as mulheres maduras. De fato, em diversos eventos dançantes, é visível a quantidade
maciça de escravos límbicos imaturos que dedicam-se apenas a meninas. Outros,
concentram-se em dançarinas experientes, não raro, que vivem da dança. Intitulam-se
cavalheiros mas, o que fazem é consolidar nestes ambientes uma lacuna de
exclusão das mulheres maduras. E contraditoriamente, muitas delas vivem o
melhor momento de suas vidas, aprenderam a se vestir, se maquiar, se perfumar,
aprenderam a ser belas e são livres, independentes, donas de si, sabem muito bem
o que querem e estão dispostas a buscar realização.
Jeanne
teve percepção sobre este nicho e soube preenche-lo de forma pioneira na
cidade, disponibilizando junto com o tradicionalíssimo café, instrutores de Dança de Salão. A
partir deste início, a empresária corajosa que idealizou o Café Dançante Piegel
passou a enfrentar, de forma desbravadora, os percalços de condutas
provincianas e até, curiosamente, preconceituosas. Sob a lâmina do julgamento de
alguns que se consideram sabedores maniqueístas dos meandros intrincados da
Dança de Salão, a iniciativa, além de atender a um público diferenciado,
oportunizou na cidade mais uma atividade profissional que é antiga no país, como registrou Milton Saldanha em 2002 no Jornal Dance de São Paulo.
Hoje,
além de um delicioso café vespertino, estas clientes tem a oportunidade de se
realizar na pista de dança com instrutores que estão ali para atende-las.
A
ideia, embora extensamente disseminada, é polêmica também em outros estados brasileiros. Muitos professores e dançarinos,
inclusive aqueles incapazes de convidar para dançar uma mulher madura em um
baile, são severos com o conceito de um cavalheiro ser pago para dançar. Mas,
quem um dia teve coragem de se despir de preconceitos não pode negar que esta
iniciativa faz muitas mulheres felizes de forma absolutamente saudável e lícita.
São vistos sorrisos leves graças ao trabalho dos instrutores que levam estas
divas ao deleite do salão de danças. Não há razão para estas mulheres serem privadas também desta oportunidade em favor de quem profere discursos de ideologias
que não as contemplam.
Jeanne ainda tem observado ao longo dos anos a preciosa valorização da auto estima de suas
clientes, algumas, que desde a inauguração não perdem um evento da Piegel.
Independente
das controvérsias em torno do pagamento para que alguém dance, o Café Dançante
Piegel faz felizes muitas mulheres maravilhosas que tantos outros cavalheiros, simplesmente perderam.
Neste último domingo pudemos apreciar mais uma vez as delícias do café e a visão única de uma pista de dança repleta de sorrisos soltos de tantas damas lindas. Agradecemos a Jeanne e ao Neuton pelo convite e pela forma atenciosa com que nos receberam em mais um dos seus eventos de sucesso indiscutível.
Adorei este post, parabéns Maristela, expressou muito bem como a dança é para todos, independente de idade. "Quem dança é mais feliz!". Alice
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