1 – Samba de Gafieira, Bolero Carioca
e Soltinho (Swing);
2 – Tango argentino;
3 – Lambada/Zouk;
4 – Salsa e Merengue;
5 – Forró.
Sempre
achei esta proposta uma sacada. E minha escolha, desde o início, foi o Samba, Bolero
e Soltinho. Inicialmente por achar que era um dever valorizar a dança do nosso
país, depois, por encanto. O Zouk também me apaixonou, mas, como me acidentei
em uma dança com consequências permanentes, não há mais como explorá-lo plenamente.
Por fim, esta escolha também foi uma decisão por não aprender Tango. Inclusive
porque ao ver pessoas da tribo do Samba dançando Tango, sentia uma contaminação
visível e nitidamente difícil de controlar. Como alguns professores curitibanos
que começaram a dançar no tempo em que houve o auge da Lambada e, por exemplo,
não conseguem dançar um Bolero sem que vejamos Lambada.
A vida dá
muitas voltas, como todos sabemos, e hoje, circunstâncias particulares me
fizeram olhar para o Tango. Olhar. Ainda não aprendi nada.
Como
conheço Vania Andreassi há muitos, muitos anos mesmo, e considero-a uma
referência de seriedade em Tango para salão, procurei-a. Fomos, meu marido, eu
e minha grande parceira, minha irmã, conhecer o espaço Todo Tango, que merecerá
uma postagem especial em outra ocasião. Seja como for, a ideia era assistir.
Veio um bolero, claro, não tinha como não dançar. Um soltinho, lá fomos para a
pista. E começaram os Tangos, cuja expectativa era assistir. Que linda visão. O
espaço abrangia uma amplitude de faixa etária fantástica. Um casal nos emocionou
e foi impossível não arriscar uma conversa quando vieram para suas mesas. E o cavalheiro deste casal tirou minha irmã para dançar. Foi incrível, a
visão de fora, leiga, era de uma dama que há muito tempo dançava Tango. Depois, tive o
privilégio de ser tirada por este cavalheiro. Dois Tangos. Espantoso, me senti
como se soubesse dançar Tango! Este é o tipo de cavalheiro que no artigo “Cavalheiros
são veículos” (Revista Dança em Pauta, 18 de janeiro de 2011), me referi como o
que faz a dama se sentir uma joia rara.
Dancei
com muitos cavalheiros experientes em palco e, nem sempre eles eram exímios no
salão. Muitas vezes me faziam sentir que não sabia nada de dança. Levei anos
para perceber, eram eles que não sabiam conduzir. Este cavalheiro, dos dois
primeiros Tangos da minha vida, me fez dançar como se eu soubesse o que é um
Tango, e eu não sei. Parecia uma mágica. Não é qualquer cavalheiro que tem a
capacidade de fazer isto com uma dama que não conhece a dança.
Obrigada
por esta sensação indescritível, por me manter acreditando que sabia dançar
Tango durante 6 minutos... Paulo Roberto Barcala.