13 de setembro de 2014

Amostra de universo

Gosto de divagar pensando que meu corpo é uma amostra ínfima, mas representativa, do universo.

É desmistificadora a ilusão, mesmo que tola, de conter fisicamente, de alguma forma, regras, ausências, presenças, transparências, opacidades, velocidades, estáticas, relatividades, partículas, luzes, escuridões, ondas, ordens, desordens, paralelismos, buracos, vácuos, grandezas, pequenezas, inícios, pausas, reinícios, continuidades e... fins.

A sensação de ampliar a verdadeira consciência corporal e do movimento me entrega a percepção de ser parte fugaz e indistinta do funcionamento universal.

Mover-me na harmônica conexão da parceria inspirada pela música, sonora ou silenciosa, desnudando a unicidade entre o que há dentro e fora, parece um dos mais deliciosos, belos e leves caminhos para desintegração individual, nexo de certa assimilação lúcida e sensorial do tudo.

Dançar pode ser uma forma de permitir que nossos corpos sintam respostas para as quais nossos cérebros são pequenos. Talvez mais, talvez dançar seja um jeito de ser devolvido ao universo sem morrer.

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