14 de setembro de 2012

Roubo intelectual


Admito que hoje, irritei-me profundamente. No mesmo dia, deparo-me com um livro que jamais deveria ter sido publicado e uma criança, de doze anos, dizendo que não precisa autorização para publicar fotos, sem fonte, que não são suas, em seu blog, porque todos fazem isto. Sem falar que nas semanas anteriores perdi horas de meu tempo livre investigando um desenho que se dizia ser do salão de danças do Cassino Fluminense, mas, era uma fraude, pois tratava-se de uma imagem adulterada do pátio de um palácio chileno onde ocorria um baile. Isto, em um livro cuja primeira edição data de 1942.

Recentemente, Marco Antonio Perna publicou um artigo intitulado “Plágio ou colagem? Em textos de dança de salão”, no Jornal Falando de Dança, de setembro, edição 60, página 8. Ele fez referência a um livro repleto de erros, plágios e colagens. Hoje, tive acesso a este livro e fiquei chocada, pior do que imaginei. Além de muitos desacertos, constatei cópias exatas de textos de outras obras, algumas com citação, outras sem e outras ainda, com a fonte errada. Sem falar em frases com significado diverso do constante no que foi apontado como fonte. A leitura do livro revela, por si só, este novo modo de “escrever”, a cada parágrafo, ou frase, um estilo linguístico diferente.

Infelizmente, este tipo de obra tem se multiplicado. Mas, acredito que a própria internet trará, com o tempo, mecanismos para barrar este tipo de conduta injusta e sorrateira. Imagino que um dia, por exemplo, quando o plágio de um texto, ou do que for, tornar-se público, terá um link automático para a publicação original, mostrando claramente ser uma cópia.

Em algum momento, a humanidade terá que entender uma coisa simples: plagiar é, primeiramente, imoral, depois, conforme o país, crime, afinal é uma forma de roubar para si o que não é seu. O dia que esta consciência houver nos adultos, nossas crianças, que hoje já estão criando seus blogs, não dirão por aí, com base em fartos exemplos, que, para copiar sem nem indicar a fonte “não precisa autorização, todo mundo faz isto”. 

Então, vai uma dica para o leitor saber se está lendo um livro ou outro material plagiado. Abra o Google, no campo de busca digite uma frase do material que está lendo, em seguida, “enter” e observe o resultado. Faça isto com várias frases e note se houve cópia, se foram feitas alterações cosméticas ou se o texto não está na internet. Se encontrar alguma coincidência de texto, verifique a autoria e a data, que revelarão qual é plágio. O mesmo vale para figuras, digite os dados que tem disponíveis sobre ela e use o buscador de imagens do Google.

Claro, isto é uma dica básica, que tem funcionado muito bem, inclusive para professores e pais verificarem trabalhos escolares ou blogs plagiados e, desde cedo, ensinarem a seus alunos e filhos alguns valores básicos de um ser humano íntegro.

A dica para os plagiadores é que se cuidem, repensem seus atos e mudem. Se não por tomada de consciência, porque dia a dia a tecnologia aumenta as chances de experimentarem situações vexatórias e terem dissabores com a lei.

13 de setembro de 2012

Conceitos e definições para Dança de Salão


É sabido que a cientificidade de uma área exige o uso de uma terminologia que não seja ambígua, de denominações plurivalentes e múltiplas, nem utilize termos homônimos, polissêmicos e sinônimos. Entretanto, na área da Dança de Salão, esta base não está estabelecida, inviabilizando a segurança de seu ensino, a precisão e unicidade da comunicação profissional.

Mês passado publiquei o artigo “Dança de salão, uma análise das referências bibliográficas utilizadas na produção científica” (http://www.efdeportes.com/efd171/danca-de-salao-na-producao-cientifica.htmregistrando o fato de que, por exemplo, um mesmo termo é utilizado para conceitos distintos.

Para iniciar, com alguma consistência, o enfrentamento desta questão, trago algumas propostas no artigo: “Conceitos e definição de Dança de Salão” (http://www.efdeportes.com/efd172/conceitos-e-definicao-de-danca-de-salao.htm). Este trabalho traz uma retomada histórica focada no que caracteriza a Dança de Salão, uma proposta de definição e sua comparação com modalidades adjacentes para as quais são sugeridos conceitos.